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🔵🟢 Em Nome do Poder (filme 12/48)

  • Foto do escritor: André
    André
  • 15 de set.
  • 3 min de leitura

O filme sobre um conclave que nos faz confrontar as manobras políticas. Tudo em nome da fé.


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Vídeo/Imagem: site google play



Sempre me intrigou a complexa dança entre a fé e o poder. Por mais que as instituições religiosas preguem a humildade e a devoção, elas são, em sua essência, compostas por seres humanos, com as mesmas ambições, inseguranças e desejos de qualquer outro.


É exatamente essa tensão que o filme "Conclave" explora com uma honestidade brutal e fascinante.


O longa não é um ato de fé ou uma crítica superficial à Igreja. Ele é um estudo de caso (policial) sobre a política. Nós somos levados para os corredores e salas secretas do Vaticano, onde os cardeais, supostamente guiados pelo Espírito Santo, engajam-se em um intrincado jogo de xadrez. As alianças são formadas e desfeitas com base em interesses nacionais, ideologias e, sobretudo, no desejo de ascender ao poder máximo. A trama desvela a fragilidade da instituição, mostrando que mesmo os atos mais sagrados podem ser corrompidos pelo pragmatismo político.


Eles não estavam lá para um ato de fé pura, mas para um jogo de xadrez em que cada voto era uma moeda de troca, cada conversa um acordo de bastidores, tal qual na política convencional. A ambição pessoal ofusca a missão coletiva, e o medo de perder o controle do futuro da Igreja alimenta as rivalidades mais profundas. A fumaça preta que anuncia um impasse não é apenas a falta de um consenso, mas o resultado de egos gigantes que se chocam em um ambiente onde cada um tem uma visão diferente do que é o melhor para a instituição.


Essa politização não é um fenômeno exclusivo do filme ou da Igreja Católica. Ela permeia a história de quase todas as religiões, porque é um reflexo da natureza humana. Onde quer que haja uma estrutura de poder, haverá o risco de que as regras e os princípios originais se percam em meio à busca por controle e influência. A consequência para os fiéis é a desconexão, a sensação de que a instituição, antes um farol de orientação, tornou-se apenas um palco para disputas internas.


É aqui que o filme se torna um espelho para algo muito maior. A vida de cada pessoa, de certa forma, é um conclave. Em nosso interior, diferentes vozes e desejos brigam por espaço e por nosso "voto". Há a voz da ambição, a do medo, a da segurança, a da aventura. Por vezes, agimos sob a sombra de acordos não-ditos, deixando que a inércia e a pressão externa decidam por nós, sem nunca questionarmos a quem estamos realmente servindo. Vivemos como se o nosso voto já tivesse sido dado, sem perceber que a eleição é diária e o voto é secreto.


A fumaça branca de uma nova vida, de um novo propósito, não surge do nada. Ela é o resultado de uma decisão consciente, de um voto pessoal e irrefutável. Ela representa o momento em que a gente confronta as nossas próprias manobras políticas internas, rompe com a inércia e escolhe um novo caminho. A maior lição do filme não está na política eclesiástica, mas na sua mensagem de que, para que haja mudança genuína, é preciso que a gente vença o nosso próprio conclave.


A política dentro das religiões, embora dolorosa de se ver, é um lembrete de que o poder pode corromper até mesmo o que se considera sagrado.


Na real? Quando o poder humano se senta no trono da fé, a religião se torna apenas mais um reino a ser conquistado.


Avaliação pessoal (notas 0/10):


  • Direção: 8

  • Roteiro: 8

  • Fotografia: 6

  • Trilha Sonora: 6

  • Mensagem: 10

  • Nota Final: 8


Até semana que vem! 🙏🏽✝🎦

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