🟢 A Sutil Arte de se Sentir Perdido e a Beleza de um Encontro (filme 9/48)
- André

- 21 de mai.
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de ago.
Um filme para enxergar a clareza nos momentos mais confusos da vida.

Imagem/foto: site prime vídeo
Sempre me sinto atraído por filmes que mostram personagens em busca de algo, mesmo quando eles não sabem exatamente o que é. E foi exatamente isso que me conectou com "Encontro e Desencontros", um filme que me fez mergulhar em uma Tóquio cheia de luzes e gente, mas que, paradoxalmente, pode nos fazer sentir uma solidão familiar.
O filme é uma jornada de dois americanos, um ator em fim de carreira e uma jovem que se sente ignorada pelo marido, que se encontram por acaso em um hotel. Eles estão em mundos completamente diferentes, mas compartilham uma sensação em comum: a de estarem perdidos.
A história é um espelho para a nossa própria vida, para quando a gente se sente um estranho no ninho, mesmo estando rodeado por pessoas. O filme me fez refletir sobre a importância de ter um "GPS interno", algo que nos guie quando o mundo ao nosso redor parece ter um idioma que a gente não entende. A busca por um novo começo, por um novo sentido, é como essa viagem para um lugar desconhecido, e esse filme me lembrou que a gente nunca está sozinho nessa busca, por mais que pareça.
Da Solidão ao Encontro: A Beleza da Desconexão
A trama não tem grandes reviravoltas ou momentos de ação. A sua beleza está nos pequenos detalhes, nas pausas e nos silêncios. A gente acompanha Bob e Charlotte em sua jornada por uma Tóquio vibrante, mas que, para eles, é quase como um labirinto. A barreira do idioma, a estranheza da cultura, a distância de casa....tudo isso reforça a solidão que eles sentem. E é nesse cenário que a amizade deles floresce, de uma forma inesperada e genuína. Eles não precisam de grandes discursos. Apenas a presença um do outro, a troca de olhares e a compreensão silenciosa já são suficientes.
Essa conexão, delicada, me chamou a atenção, porque me lembrou de como a gente encontra as maiores revoluções nas pausas, nos encontros inesperados. O filme me ensinou que a vida é feita de pequenos encontros, de conversas de madrugada, de momentos que, por mais breves que sejam, podem nos dar a clareza de que precisamos. É sobre encontrar a nossa tribo, mesmo que por um instante. E é nessa redescoberta que a gente encontra um novo rumo. A gente percebe que o importante não é o destino, mas a companhia no caminho. A gente se liberta da necessidade de encontrar um "grande propósito" e se concentra em viver os momentos que realmente importam.
O final do filme, com toda a sua ambiguidade, é o que o torna tão especial. A gente não sabe o que acontece com Bob e Charlotte, mas sabe que a conexão que eles tiveram, por mais breve que tenha sido, mudou a vida de ambos. O filme nos mostra que algumas pessoas entram em nossa vida apenas para nos dar um empurrãozinho, para nos mostrar uma nova perspectiva, e depois seguem o seu caminho. E a gente tem que saber valorizar isso, sem se prender ao que passou.
Essa reflexão é um convite para a gente viver com mais presença, para valorizar as conexões, mesmo que efêmeras, e para entender que a vida é feita de encontros e desencontros. E que cada um deles nos dá a oportunidade de nos reconectarmos com a gente mesmo. A vida é como um grande filme, e o que a gente faz em cada cena é o que realmente importa. É um clássico moderno, e a mensagem dele é atemporal.
Avaliação pessoal (notas 0/10):
Direção: 10
Roteiro: 10
Fotografia: 7
Trilha Sonora: 7
Mensagem: 10
Nota Final: 8.8
Até a próxima semana! 🙂🎦




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