🔵🟢 Leitura Mensal: Política Além dos Muros (livro 7/12)

Por que entender o jogo político é mais necessário do que nunca.

Vídeo/Imagem: arquivo pessoal

Nos últimos anos, o Brasil mergulhou em um turbilhão político. Escândalos, polarização, discussões intermináveis em redes sociais….tudo isso parece ter afastado muita gente da política, como se fosse um território hostil, cheio de ruídos e sem espaço para diálogo.

Foi nesse contexto que reencontrei o livro “E eu com isso? Entenda como a política influencia o seu dia-a-dia”, de Júlio Mosquéra. Uma leitura que, em vez de ampliar a confusão, traz clareza — e mostra que, sim, a política chega até nós, mesmo quando tentamos ignorá-la. O comprei em um sebo anos atrás, mas ainda não o tinha lido....é um livro de 2006, 2007, porém 95% do conteúdo (regras, normas, leis, etc.) ainda são válidos nos dias de hoje.

Mosquéra parte da origem da palavra “política”, da polis grega, para lembrar que ela nasceu justamente da vida em comunidade. E quando olhamos para o Brasil de hoje, é impossível negar: cada decisão tomada nos espaços de poder reverbera no nosso cotidiano.

Não é só Brasília. É a escola pública que melhora ou não chega, o hospital que funciona ou atrasa, o preço do feijão no mercado, a segurança da rua onde moramos. A política está no ônibus que não vem, no imposto que pesa, na obra que não sai do papel.

O livro mergulha em temas que muitos consideram distantes: regras eleitorais, formação de partidos, atribuições do Congresso, da Câmara, do Senado. Mas, de forma didática, ele mostra como tudo isso está ligado às nossas escolhas individuais — principalmente no voto.

Num momento em que tanta gente acredita que “não adianta participar” ou que “todo político é igual”, essa obra traz um contraponto necessário: se nos ausentamos, outros decidem por nós. E talvez esse seja o maior risco que corremos como sociedade.

O que mais me chamou atenção no livro foi sua capacidade de traduzir um tema denso para qualquer pessoa. Mosquéra não escreve para especialistas, mas para o cidadão comum, que lida com contas, trabalho, transporte e sonhos diários. É quase como dizer: “política não é sobre eles, é sobre nós”.

E nesse Brasil marcado pela descrença e pelo cansaço com escândalos, a leitura ganha um peso ainda maior. É um lembrete de que o voto é só um dos instrumentos de participação, mas que se informar, discutir e cobrar também são formas de não deixar a vida pública entregue ao acaso.

Terminei a leitura com mais perguntas do que respostas — e acho que esse é justamente o ponto. Não precisamos de certezas absolutas, mas de consciência do impacto que a política tem sobre nossas vidas. Ler esse livro me fez reforçar a ideia de que cada gesto conta, e que cidadania é exercício diário, não apenas urna a cada quatro anos.

E você, já parou pra pensar como as decisões políticas atravessam a sua rotina sem pedir licença?

Até! 📖