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🔵 Falar Com as Mãos, Ouvir Com o Coração

  • Foto do escritor: André
    André
  • 2 de out.
  • 2 min de leitura

Em cada gesto, um jeito diferente de escutar o mundo.


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Vídeo/Imagem: site signumweb



Nessas últimas semanas, finalizei (a teoria) algo que comecei com curiosidade e terminei com respeito: o curso de Libras. Era um universo que eu sempre via de longe, como quem observa uma conversa pela janela — entende o clima, mas não capta as palavras. Aos poucos, percebi que o que eu via como “linguagem de sinais” era, na verdade, um mundo inteiro de sentidos, cultura e expressão.


Coincidiu de o encerramento do curso acontecer bem perto da data que celebra, internacionalmente, a Língua de Sinais — 23 de setembro, aqui no Brasil é comemorado no dia 24 de abril. Enquanto lia sobre essas datas, pensei no quanto ainda precisamos falar sobre o direito de simplesmente ser compreendido. E sobre o quanto isso vai além da língua.


Aprender Libras me mostrou que a comunicação não depende só de som — mas principalmente da presença. O curso que fiz foi virtual, porém o silêncio das video-aulas, por obviedade, é marcante.


No início, é desconfortável. A gente se sente exposto, lento, fora de sintonia. Mas esse estranhamento é, na verdade, o começo de uma nova escuta. Passei a reparar mais nas pausas, nos olhares, nos pequenos movimentos que antecedem uma ideia. Vi que o silêncio, quando é compartilhado, também tem som.


Talvez por isso essa experiência tenha me tocado tanto. Porque, de algum modo, ela me lembrou de outras linguagens que eu venho tentando aprender — as da vida, das pessoas, do tempo. Às vezes a gente acha que está “ouvindo o mundo”, mas está só preenchendo o ruído.


Com Libras, eu reaprendi a estar presente. Não só com quem fala diferente, mas com quem sente diferente. E é curioso como isso muda tudo: quando você desacelera o olhar, a empatia deixa de ser uma ideia e vira uma prática.


Terminar o curso foi menos sobre concluir uma etapa e mais sobre começar um outro tipo de diálogo. Um diálogo silencioso, mas cheio de sentido. Mais do que aprender uma nova língua, foi sobre entender que toda forma de expressão é também uma forma de existir.


Sinto que o aprendizado mais importante não foi o vocabulário, nem a gramática, mas o olhar. Aprender Libras é aprender a olhar diferente. E, talvez, isso sirva pra quase tudo na vida.


A linguagem muda o mundo — mas, antes disso, muda a forma como a gente enxerga o outro.


Ps.: Terminei a parte teórica do curso, agora estou treinando...espero conseguir conversar, efetivamente, até dezembro. Voltarei com novidades. 😊


Até! 🤝🏼

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