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🔵🟢 Leitura Mensal: Entre Linhas de História e Sangue (livro 6/12)

  • Foto do escritor: André
    André
  • 30 de jul.
  • 2 min de leitura

Atualizado: 11 de set.

Quando o passado insiste em moldar o presente.


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Vídeo/Imagem: site amazon



A primeira vez que ouvi falar do conflito entre Israel e Palestina, confesso que soou como algo distante, quase intocável. Uma disputa por terras em algum lugar do Oriente Médio, coisa de noticiário internacional. Mas quanto mais eu mergulho nesse tema, mais percebo que não se trata apenas de geopolítica ou fronteiras — é uma história de gente, de vidas interrompidas, de sonhos que se chocam contra muros e foguetes. Aproveitando que vou ficar boas horas em vôo, pretendo finalizar o livro The Palestine-Israel Conflict: A Basic Introduction, de Gregory Harms.


Ele não tenta nos convencer de um lado ou de outro, mas nos mostra como tudo é complexo, cheio de nuances, narrativas e feridas abertas que não cicatrizam. Do surgimento do sionismo à ocupação dos territórios, passando por guerras e tentativas frustradas de paz, a obra me fez enxergar que não existe uma versão única da verdade. Existem memórias, medos, esperanças — todas legítimas, mas dolorosamente contraditórias.


E aí vem a realidade de Gaza.


Hospitais destruídos, crianças soterradas, famílias inteiras desabrigadas. Mais de dois milhões de pessoas vivendo em condições quase impossíveis, cercadas pela falta de água, comida e remédios. As notícias parecem repetir o mesmo ciclo: ataques, mortes, promessas de cessar-fogo que nunca duram. E, em meio a isso, palavras pesadas como “genocídio” entram em tribunais internacionais, questionando não só as ações de um país, mas a moralidade de um mundo que assiste tudo acontecer.


Carrego comigo uma sensação: a de que esse conflito, mesmo tão distante fisicamente, reflete dilemas que atravessam a vida de qualquer pessoa. Como lidar com a diferença? Como conviver com a dor do outro sem querer apagá-la? Como construir pontes em meio a tanto ódio acumulado? No fundo, essa é a grande pergunta: se a humanidade não consegue se reconciliar em uma terra pequena, como vamos conseguir em escala maior?


Deixei esse post programado, pois estou fora do Brasil, onde participo, justamente, de uma Conferência Internacional de Solidariedade ao Povo Palestino.


Lá, ouvindo vozes de diferentes partes do mundo, sentirei o peso e a responsabilidade de não ser indiferente. Porque a indiferença também mata, mesmo que de forma silenciosa.


No final, o que fica é a necessidade de aprender a enxergar. Enxergar a dor, a injustiça, mas também a resistência e a esperança. O livro de Harms não me deu respostas prontas, mas me deu lentes para olhar. O conflito em Gaza não vai se resolver amanhã, mas talvez a forma como olhamos para ele — e para todas as nossas relações humanas — já seja um começo.


E é por isso que sigo escrevendo, refletindo, compartilhando. Porque, se não podemos mudar o mundo de uma vez, podemos pelo menos mudar a maneira como nos colocamos diante dele.


E essa é uma tarefa de todos nós, que nos definimos Humanos.


Até a volta! 🕊☮

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