🟢 Entre a Luz e o Vazio: o Peso Invisível de um Herói (filme 14/48)
- André

- 22 de set.
- 2 min de leitura
Quando o maior poder de um homem também é sua maior fragilidade.

Vídeo/Imagem: site marvel
Sempre me impressiona como algumas histórias em quadrinhos e no cinema conseguem traduzir em personagens de ficção aquilo que a gente vive na pele, mas nem sempre tem coragem de dizer em voz alta.
O Sentinela, no filme Thunderbolts, é um desses casos. Ele não é só um herói com superpoderes absurdos; ele é, acima de tudo, um reflexo cru de como nossa mente pode ser ao mesmo tempo nossa maior aliada e nossa pior inimiga.
Essa dualidade do personagem me fez pensar sobre os caminhos que todos nós percorremos quando lidamos com nossas próprias sombras. Afinal, o que fazemos quando aquilo que mais nos fortalece também é o que ameaça nos destruir?
Falar do Sentinela é falar de paradoxos. Robert Reynolds é praticamente invencível, um deus entre os homens. Mas a mesma mente que o transforma em força cósmica cria também o “Vazio”, seu lado destrutivo, uma escuridão sem fim. Isso me fez refletir sobre como, muitas vezes, a mesma intensidade que nos impulsiona pode nos consumir se não aprendermos a lidar com ela.
No filme, a batalha não é contra um vilão externo. A luta é dentro dele.
No fundo, não é essa a luta que todos nós enfrentamos em silêncio? Entre o que mostramos para o mundo e aquilo que escondemos, entre a força que projetamos e o caos que carregamos por dentro?
O mais interessante é como Thunderbolts não resolve a questão com força bruta. Não existe soco que vença a escuridão interna. O que realmente sustenta Robert é o apoio, a escuta e a conexão que ele encontra com o grupo. Isso me lembra de quantas vezes, na vida real, a gente acredita que precisa ser forte sozinho, quando, na verdade, é a mão estendida do outro que impede a queda.
Esse ponto conecta diretamente com o que venho aprendendo e vivendo no meu ano sabático: a importância de aceitar a vulnerabilidade, de se abrir para a troca, de reconhecer que ninguém precisa segurar o mundo sozinho. Seja numa roda de conversa, num treino de dança, num debate sobre política ou numa simples partilha de café, é nesse encontro que a gente encontra força.
O Sentinela, pra mim, é mais do que um personagem da Marvel. Ele é um espelho do que significa ser humano em sua complexidade. O mais poderoso dos heróis só sobrevive quando aceita ser visto em sua fragilidade. E talvez essa seja a mensagem mais valiosa que o filme deixa: não existe cura no silêncio, nem vitória na negação.
Pessoalmente, achei uma sacada incrível da Marvel usar um herói para falar, nas entrelinhas, de um tema tão humano e, ao mesmo tempo, tão evitado.
Se existe algo que esse filme me ensinou, é que ser forte não é levantar o mundo sozinho — é ter a coragem de compartilhar o peso.
Avaliação pessoal (notas 0/10):
Direção: 9
Roteiro: 10
Fotografia: 7
Trilha Sonora: 7
Mensagem: 10
Nota Final: 9
Até a próxima! 🎦⚫




Comentários