🟡 5ª Feira Nacional da Reforma Agrária: Onde o Campo Encontra a Cidade
- André

- 14 de mai.
- 3 min de leitura
Atualizado: 28 de ago.
Uma imersão na diversidade da vida.

Vídeo/Imagem: arquivo pessoal
Eu sempre soube que São Paulo era uma cidade de extremos, mas nessa última semana, com a presença da V Feira Nacional da Reforma Agrária, organizada pelo MST - Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra, é de uma riqueza sem fim. No meio do caos da metrópole, um universo de vida, cor e sabores que parecia pertencer a outro mundo. Um evento gigante que reuniu + 300 mil pessoas. E mais um ano pude contribuir, por vezes como apoiador, em outras, como militante do movimento.
Fui para a feira para colaborar por três dias na barraca do Gelado do Campo, vendendo sorvetes artesanais. A feira não era só sobre comida, era uma celebração da produção, da diversidade e da luta. E, para mim, foi uma confirmação de que o meu caminho, a minha jornada, tem tudo a ver com essa energia de fazer e de se conectar com algo maior. Sentimento que o MST, nesses 15 anos que faço parte, me ensina.
A experiência no balcão do Gelado do Campo foi intensa. Entre um sabor e outro, eu conversava com as pessoas, via a curiosidade delas com os produtos e sentia o orgulho de quem produzia. Os números que vi me impressionaram, foram 580 toneladas de alimentos de quase 2 mil tipos diferentes, produzidos por centenas de cooperativas de todo o país. Mas o que mais me toca na Feira Nacional é o que está por trás desses números: o suor de toda essa gente que faz tudo isso acontecer: do Rio Grande do Norte ao Rio Grande do Sul, da tapioca ao cacau.
A minha participação na feira, assim como nos anos anteriores, é uma forma de colaborar com o movimento e com as pessoas que tanto fazem pela nossa sociedade. O trabalho físico, a interação com as pessoas e a satisfação de ver a feira funcionar, são a prova de que a nossa busca por um novo começo só se concretiza quando a gente age. É um esforço, sim, mas é um esforço que alimenta a alma. E não chega nem perto do esforço que os verdadeiros camponeses exercem diariamente nas suas comunidades.
E, de verdade, o melhor da feira são as pessoas. Pude reencontrar amigos e companheiros de luta de todas as partes do Brasil. É sempre uma emoção gigantesca. Essa conexão humana, o calor das conversas, a troca de experiências, é a prova de que o movimento é uma grande família. Essa energia me inspira e me lembra que a vida, assim como o movimento, é feita de encontros.
Essa paixão dos trabalhadores e trabalhadoras do campo, essa conexão com a origem, é algo que precisamos valorizar. A tecnologia camponesa, a luta por sementes nativas, a recuperação de biomas....tudo isso nos inspira e nos mostra que a inovação pode servir a um propósito maior, não apenas ao lucro.
A feira foi a prova de que a luta pela terra vai muito além do campo. É uma ponte entre o rural e o urbano, uma tentativa de construir uma nova matriz produtiva. A cultura também estava onipresente, com shows, culinária de todas as regiões, e uma energia que mostrava que a luta pela vida é também uma celebração.
Em essência, a verdadeira satisfação vem do trabalho que nos conecta com o mundo, e com os outros. Como sempre, foi uma experiência transformadora. Fui para a feira para ajudar, mas voltei para casa com mais uma nova perspectiva.
Ótima semana! 🍗🍍🍋🍐🍺🍪🍤🥧




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